
Após anos dedicados a produções internacionais como Narcos, Perry Mason e Castelo de Areia, o diretor Fernando Coimbra está de volta ao cinema nacional. Seu novo longa-metragem, Os Enforcados, chega às telonas do Brasil em 21 de agosto, com distribuição da Paris Filmes.
O filme, que já passou por importantes festivais como Toronto, Rio, São Paulo e Havana, tem recebido elogios da crítica e promete ser um dos grandes lançamentos do ano. No elenco principal, Leandra Leal e Irandhir Santos dividem a cena com participações especiais de Irene Ravache e Stepan Nercessian.
Produzido pela Gullane em coprodução com a Fado Filmes, Globo Filmes, Telecine e Pavuna Pictures, Os Enforcados marca o reencontro de Coimbra com o cinema brasileiro. “Estava morrendo de saudade de voltar a trabalhar no Brasil, falando na minha língua do que conheço profundamente e vivo diariamente”, afirma o cineasta, que conquistou o público e a crítica com O Lobo Atrás da Porta (2013).
Confira o trailer!
Sinopse: Em um Rio de Janeiro tomado pelo crime, o casal Regina e Valério se vê envolvido em dívidas e traições herdadas da família de Valério. Uma noite, eles encontram o plano perfeito. Mas, ao executá-lo, são sugados por uma espiral de violência que parece não ter fim.
Amor, ambição e um pacto perigoso: os fios que tecem “Os Enforcados”
Em Os Enforcados, Fernando Coimbra mergulha no coração de um casamento construído sobre silêncios, alianças e promessas impossíveis. Valério (Irandhir Santos) vive à sombra de um império criminoso que ele nunca quis comandar, mas do qual nunca se afastou de verdade. Ao seu lado, Regina (Leandra Leal), uma mulher determinada, que enxerga no poder herdado uma chance de garantir o futuro, e talvez escapar dele.
Eles fazem um pacto. Um último golpe. Um plano limpo, calculado, que poderia libertá-los de vez. Mas o mundo onde vivem não perdoa desvios, e o que parecia controle logo se revela ilusão. “É uma história sobre um casal, acima de tudo”, resume Coimbra.“O casal sela um pacto e faz um plano de vida que é incapaz de cumprir. Só que esse plano, aqui, se faz a partir de um crime. Um último crime que os levaria em direção à realização dos seus sonhos. Mas a realidade é muito diferente do sonho, e as coisas desandam.”
Os Enforcados não é apenas um retrato do submundo do jogo do bicho. É um estudo sobre os limites da lealdade, da ambição e da autoilusão, e sobre o preço que se paga quando se tenta dobrar o destino.
Os Enforcados nasce da ambição, mas não da ambição cega e isolada, e sim daquela que se compartilha entre quatro paredes, em sussurros noturnos e pactos silenciosos. Fernando Coimbra parte de Macbeth, de Shakespeare, mas vira o espelho: em vez do rei atormentado, interessa-lhe a mulher ao lado, a mente afiada que sussurra o plano, a faísca que acende o incêndio.
No centro da trama, um casal atravessa um labirinto de poder, culpa e desejo, onde o jogo do bicho não é mais do que o cenário, um terreno fértil para que se desenrole algo muito mais íntimo: a anatomia de um relacionamento corroído por seus próprios sonhos.
Coimbra disseca essas figuras com rigor cirúrgico e ironia ácida, revelando camadas de controle, manipulação e cumplicidade. Porque, como ele próprio diz, Os Enforcados é antes de tudo sobre pessoas, e o teatro de sombras que se constrói entre elas.
Fernando Coimbra não procurava apenas bons intérpretes para Os Enforcados, ele buscava cúmplices. Artistas capazes de mergulhar em zonas cinzentas, onde não há heróis nem vilões, apenas desejos mal costurados e decisões que cobram caro.
Leandra Leal, com quem já havia criado a perturbadora Rosa de O Lobo Atrás da Porta, retorna como Regina, figura ao mesmo tempo magnética e indecifrável. Coimbra sabia: ela daria corpo às contradições da personagem, ao amor e à manipulação, à fragilidade e ao cálculo.
Já Irandhir Santos era um desejo antigo. Um ator de presença densa, capaz de expressar abismos com o mínimo movimento. Juntos, os três, diretor e elenco, esculpiram Valério e Regina como se esculpe a sombra: pela sobreposição de luzes.
Mais do que um drama sobre crime e poder, Os Enforcados é uma história sobre personagens que são seus próprios labirintos. Não há mocinhos. Não há monstros. Há apenas escolhas, e as ruínas que elas deixam para trás.
A jornada de Os Enforcados até as telas é também uma história de articulação e parceria. Por trás do filme, há uma engrenagem que reúne talentos, instituições e esforços vindos de diferentes cantos do setor público ao investimento privado, do apoio internacional à força das produtoras brasileiras.
Com distribuição da Paris Filmes, o longa é assinado pela Gullane e conta com coprodução da Fado Filmes, Globo Filmes, Telecine e Pavuna Pictures. O impulso financeiro e institucional veio de múltiplas fontes: ProAC LAB, Fundo Setorial do Audiovisual, BB Asset, Ibermedia, além do patrocínio da RioFilme e do apoio essencial da Ancine. A participação do programa Brasil no Mundo, do Projeto Paradiso, também ajudou a projetar o filme para além das fronteiras.
As vendas internacionais ficam a cargo da Playtime, que também atua como parceira associada, ao lado da RTP e da própria Paris Filmes, reforçando o caráter internacional de uma obra profundamente enraizada na realidade brasileira.
FICHA TÉCNICA
Direção e Roteiro: Fernando Coimbra
Elenco: Leandra Leal, Irandhir Santos, Thiago Thomé, Pêpê Rapazote, Ernani Moraes, Augusto Madeira, Ricardo Bittencourt
Participação especial: Irene Ravache e Stepan Nercessian
Direção de fotografia: Junior Malta, ABC
Conceito de arte: Tiago Marques
Direção de arte: Caio Costa e Rafael Torah
Montagem: Karen Harley, EDT
Som direto: Olivier Blanc
Desenho de som: Ricardo Cutz
Mixagem: Branko Neskov e Ricardo Cutz
Produção executiva: Rui Pires, Daniela Antonelli Aun, Gabriela Tocchio, Ana Saito e Pablo Torrecillas
Coproduzido por: Fernando Fraiha
Produção associada: Rodrigo Castellar, José Alvarenga Júnior, Leandra Leal, Marcio Fraccaroli e Veronica Stumpf
Produzido por: Luís Galvão Teles, Gonçalo Galvão Teles, Fernando Coimbra, André Novis, Caio Gullane e Fabiano Gullane
Produção: Gullane
Coprodução: Fado Filmes, Globo Filmes, Telecine e Pavuna Pictures
Em associação com: TC Filmes, Playtime, RTP e Paris Filmes
Distribuição: Paris Filmes
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