
Brasil e Japão em sintonia: música “Nada Sou” celebra 130 anos de amizade entre os países
No sábado, 12 de julho, o Festival do Japão foi palco de um momento simbólico e emocionante: o lançamento oficial da música “Nada Sou”, escolhida como tema comemorativo do Ano do Intercâmbio da Amizade Japão-Brasil. A canção bilíngue reúne a icônica dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó e a renomada banda japonesa BEGIN, unindo vozes e culturas em homenagem aos 130 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre os dois países.
A estreia da música aconteceu durante a cerimônia de abertura do evento, com exibição de vídeo-mensagens dos artistas. Em seus depoimentos, tanto Chitãozinho & Xororó quanto os integrantes da BEGIN expressaram alegria e honra por participarem da homenagem musical.
“Realmente, cantar com o Chitãozinho & Xororó ultrapassou os sonhos, foi algo inacreditável. Agradecemos aos nikkeis e aos brasileiros, mesmo a língua sendo diferente, dentro da canção é possível tornar único, algo que simboliza o Japão e o Brasil.” afirmou a banda BEGIN, emocionada com a parceria.
“Nós estamos muito felizes em participar dessa importante comemoração.” comentou Chitãozinho.
“Em 2025, Japão e Brasil celebram 130 Anos de Relações Diplomáticas, e foi esse acordo que possibilitou a imigração dos japoneses para o Brasil e a relação histórica e cultural entre os dois países.” disse, Xororó.
A apresentação de “Nada Sou” encantou o público e reforçou o papel da música como ponte entre culturas, em uma celebração que resgata passado, celebra o presente e inspira o futuro das relações nipo-brasileiras.
Tradição e emoção em harmonia: clássico de Okinawa ganha nova vida em celebração nipo-brasileira
Unindo duas culturas por meio da música, “Nada Sou” é uma releitura bilíngue da comovente canção Nada Sousou, um clássico de Okinawa que fala de saudade, memória e reencontro. A nova versão combina suavemente a sonoridade tradicional japonesa com toques marcantes da música sertaneja brasileira, criando um elo simbólico entre Japão e Brasil, um verdadeiro ponto de encontro cultural.
A apresentação da canção foi enriquecida por uma performance coreografada que mesclou o refinamento do Ryukyu Buyō, dança típica das ilhas de Okinawa, com elementos de acessibilidade. Os movimentos foram cuidadosamente adaptados para incluir gestos em LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais, e executados com beleza e precisão pelo grupo Tamagusukuryu Senjukai Saito Satoru Ryubu Dojo(@saitosatorudojo) e acompanhada dos tambores do grupo Yuriki no Kizuna Eisá Daiko (@yuriki.kizuna).
Mais que uma homenagem artística, o momento representou a força dos laços nipo-brasileiros, traduzidos em música, dança e inclusão.
Okinawa em destaque na história e celebração nipo-brasileira
A presença de representantes da Província de Okinawa durante as homenagens não é por acaso, ela carrega um forte simbolismo histórico. Quando o navio Kasato Maru atracou no Brasil em 1908, trazendo os primeiros imigrantes japoneses, cerca de 42% dos passageiros eram naturais de Okinawa. Esse detalhe, muitas vezes pouco lembrado, teve papel fundamental na formação da base da atual comunidade nipo-brasileira.
Já em 2025, celebra-se um marco ainda mais antigo: os 130 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, assinado em 1895. Esse acordo foi o ponto de partida para as relações diplomáticas entre Japão e Brasil, um gesto que, décadas depois, se transformaria em laços profundos de convivência, cultura e cooperação, consolidando no Brasil a maior comunidade japonesa fora do Japão.
Confira abaixo a música japonesa “Nada Sou” interpretada por Chitãozinho e Xororó
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