A diretora, roteirista e atriz Djin Sganzerla retorna às telas com ECLIPSE, seu novo longa-metragem, que fará estreia na 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, entre 16 e 30 de outubro. Produzido pela Mercúrio Produções e distribuído pela Pandora Filmes, o filme mergulha em um universo de mistério e simbolismo, onde o feminino se manifesta como força de intuição, memória e sobrevivência.
Na trama, Cleo (interpretada por Djin), uma astrônoma de 43 anos, vive uma gravidez tardia em meio a um estado emocional fragilizado. Sua rotina muda com a chegada inesperada de Nalu (Lian Gaia), meia-irmã de origem indígena. O reencontro desperta lembranças reprimidas e abre caminho para uma jornada de revelações sombrias, entre a ciência e o sagrado, o racional e o instintivo.
O animal mítico da onça atravessa o filme como metáfora da força ancestral feminina, evocando a luta pela dignidade diante da violência e do controle patriarcal. O olhar de Djin traduz esse confronto com delicadeza e potência visual, sem espetacularizar a dor, mas transformando-a em gesto de resistência.

A filósofa Marcia Tiburi descreve ECLIPSE como “um ensaio visual sobre a sororidade e o desmonte das ilusões do amor romântico — a casa como armadilha, o marido como predador e a maternidade como prisão. Um filme que une estética e política para revelar a força da união entre mulheres.”
Segundo Djin, a ideia do longa nasceu do desejo de compreender os atravessamentos da experiência feminina:
“O que move as mulheres, como elas percebem o mundo e como o mundo as enxerga. ECLIPSE nasceu dessa busca, de compreender o feminino como um território de luz e sombra.”
As irmãs que protagonizam a história, explica a diretora, são reflexos de duas forças complementares:
“Nalu carrega a sabedoria ancestral e a escuta interior; Cleo, o pensamento científico e a desconexão emocional. Uma representa a intuição, a outra, o controle. E quando se encontram, o equilíbrio é abalado.”

Djin também ressalta como o filme dialoga com temas urgentes da atualidade:
“Casos recentes de abuso e violência mostram o quanto a cultura patriarcal ainda aprisiona mulheres em falsas ideias de amor. ECLIPSE fala sobre essas prisões invisíveis, e sobre o despertar necessário para quebrá-las.”
Autora de Mulher Oceano (2020), premiado em 15 festivais, e do curta Antes do Amanhã (2022), Djin dá continuidade ao legado artístico de seus pais, Rogério Sganzerla e Helena Ignez, com uma linguagem que funde o real e o simbólico, a delicadeza e o enfrentamento.
O elenco reúne Sergio Guizé, Lian Gaia, Selma Egrei, Helena Ignez, Luís Melo, Clarisse Abujamra, Gilda Nomacce e Pedro Goifman. Com 109 minutos de duração, ECLIPSE propõe uma travessia emocional e sensorial sobre o feminino, o poder da ancestralidade e a luz que surge das sombras.
Direção: Djin Sganzerla
Roteiro: Djin Sganzerla e Vana Medeiros
Produção: Djin Sganzerla
Produção Executiva : Vitor Cunha
Consultoria de Roteiro: Aleksei Abib
Contribuição no Roteiro: Marcos Arzua
Elenco: Djin Sganzerla, Sergio Guizé, Lian Gaia, Selma Egrei, Helena Ignez, Luís Melo, Clarisse Abujamra, Gilda Nomacce, Pedro Goifman
Direção de Fotografia: André Guerreiro Lopes
Direção de Arte e Figurino: João Marcos de Almeida
Montagem: Karen Akerman, edt e Karen Black, edt
Som: George Saldanha, ABC
Trilha Sonora Original: Gregory Slivar
Desenho de Som e Mixagem: Edson Secco
Direção de Produção: Roberta Cunha
Direção de Elenco (Casting): Patricia Faria
Pós-Produção: Clandestino
Produção: Mercúrio Produções
Distribuição: Pandora Filmes


