A nova experiência cinematográfica de Jujutsu Kaisen não tenta ser um “filme tradicional”, e essa é justamente sua força. Em vez de fingir que possui uma narrativa isolada, Execução abraça sua identidade híbrida: uma colagem intensa dos eventos do arco de Shibuya seguida por dois episódios inéditos que inauguram o Arco do Extermínio. O resultado é uma obra que pulsa energia, destruição e antecipação.
A montagem inicial funciona como uma enxurrada audiovisual. Para quem já conhece o anime, ela serve como um mergulho frenético na memória, uma recapitulação estilizada que reorganiza o caos de forma quase poética. Para novatos, porém, pode soar como tentar ler um livro inteiro em poucos minutos: muito conteúdo, pouco respiro e zero contextualização.

Mas é quando Jujutsu Kaisen: Execução se concentra no que realmente importa que o espetáculo se consolida: as batalhas. É nesse terreno que o filme revela sua verdadeira força. A animação é absurdamente detalhada, quase hipnótica, com movimentos fluidos e impactos que parecem atravessar a tela. O design de som amplifica cada golpe, cada explosão e cada grito, criando uma imersão que dificilmente poderia ser reproduzida em casa. As composições visuais transformam ruínas, estações de metrô e becos destruídos em verdadeiros cenários de pesadelo, ambientes que têm personalidade própria e contam histórias mesmo sem diálogos. As coreografias não são apenas bonitas; são brutais, elegantes, meticulosamente planejadas e carregadas de significado, refletindo não só o poder dos personagens, mas também seu estado emocional em meio ao caos.
E então chegam os dois episódios inéditos, que justificam a ida ao cinema e elevam o conjunto para outro patamar. Eles estabelecem ritmo, tensão e um senso de escala que transcende o formato televisivo, fazendo com que tudo pareça maior, mais urgente e mais perigoso. As lutas envolvendo Yuji, Choso, Yuta e Naoya são eletrizantes, intensas e emocionalmente densas, cada uma com seus próprios pontos de virada e explosões de impacto visual. Essas sequências não apenas empolgam, mas também expandem a gravidade do que está por vir, abrindo caminho para o Jogo do Abate com a promessa de uma temporada absolutamente insana, imprevisível e devastadora.
No fim, Jujutsu Kaisen: Execução funciona como celebração, prólogo e convite. Não pretende converter quem nunca viu a série, mas recompensa completamente quem já está imerso nesse universo. É uma carta de amor ao que a obra tem de melhor, ação explosiva, atmosfera pesada e personagens complexos, e um lembrete de que o futuro da história deve ser ainda mais intenso.
Mesmo com sua estrutura fragmentada e ritmo às vezes acelerado demais, Jujutsu Kaisen: Execução acerta no que se propõe: entregar espetáculo puro, reforçar o impacto do arco anterior e elevar as expectativas para o que está por vir. É um presente para os fãs, e um lembrete poderoso de por que Jujutsu Kaisen continua sendo um dos animes mais explosivos e visualmente impressionantes da atualidade.
NOTA: 4,5 | de 5

Ficha Técnica
Nome Original: Jujutsu Kaisen: Execution
Gênero: Animação, Ação, Fantasia
Direção: Shouta Goshozono
Duração: 90 minutos
Distribuidor: Sony Pictures/Crunchyroll
País de Origem: Japão
Produção: Mainichi Broadcasting System (MBS), Mappa, Shueisha
Lançamento no Brasil: 20 de novembro de 2025
Classificação Indicativa: 18 anos (devido à violência extrema, linguagem imprópria e temas como autoagressão ou suicídio)
Jujutsu Kaisen: Execução já está em exibição nos cinemas brasileiros.


