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Crítica | Tom & Jerry: Uma Aventura no Museu

A mais nova versão animada de Tom & Jerry: Uma Aventura no Museu aposta em um caminho curioso: unir o humor físico que consagrou a dupla ao longo de décadas com uma ambientação fortemente inspirada na cultura chinesa. O resultado é um filme simples, mas carismático, que entende bem seu público-alvo e sabe exatamente de onde veio.

Uma história que mistura caos e fantasia

A trama começa de forma bastante familiar. Tom trabalha como guarda de um grande museu, zelando para que nada saia do controle, especialmente Jerry, que insiste em invadir o local apesar das proibições. Como era de se esperar, a tentativa de manter a ordem rapidamente se transforma em uma sucessão de perseguições, armadilhas e confusões típicas da franquia.

O diferencial surge quando, em meio a esse caos, Tom entra em posse de uma bússola misteriosa. O objeto, longe de ser apenas uma relíquia comum, acaba transportando gato e rato para uma antiga cidade chinesa, em outra época. A partir daí, a rivalidade continua, mas agora em um cenário completamente novo, povoado por personagens que também cobiçam a bússola mágica. Entre fugas, confrontos e disputas inesperadas, Tom e Jerry precisam lidar não apenas um com o outro, mas com as consequências de estarem deslocados no tempo e no espaço.

Visual e referências

Visualmente, o filme alterna acertos e limitações. A animação em 3D funciona melhor nos cenários do que nos personagens. Em alguns momentos, Tom e Jerry parecem um pouco mais rígidos do que o ideal, perdendo parte da elasticidade surreal que marcou os desenhos clássicos. Mesmo com suas limitações visuais, o filme passa longe do desconforto estético que marcou adaptações anteriores da franquia.

Por outro lado, a ambientação é um dos grandes destaques. O cuidado com os detalhes arquitetônicos, objetos de cena e referências históricas demonstra respeito pela cultura chinesa e enriquece a experiência visual. Além disso, o filme faz questão de homenagear o legado criado por William Hanna e Joseph Barbera, resgatando músicas, gags visuais e situações que remetem diretamente aos episódios clássicos.

Humor clássico, com novo equilíbrio

Pancadas exageradas, quedas impossíveis e perseguições incessantes continuam funcionando muito bem, especialmente para o público infantil. Curiosamente, há um equilíbrio maior entre as vitórias de Tom e Jerry: embora o rato ainda leve vantagem na maior parte do tempo, o gato também tem seus momentos de triunfo, o que traz uma dinâmica levemente diferente da habitual.

Celebrando 85 anos desde a criação de Tom e Jerry por William Hanna e Joseph Barbera, Tom & Jerry: Uma Aventura no Museu é uma coprodução chinesa dirigida por Gang Zhang. O longa homenageia o legado da dupla ao combinar o humor clássico com uma ambientação inspirada na cultura chinesa, apresentando os personagens a novas gerações sem perder sua identidade.

Tom & Jerry: Uma Aventura no Museu não tenta ser grandioso, e nem precisa. Trata-se de uma animação honesta, pensada para divertir crianças e despertar a nostalgia dos adultos que cresceram com a dupla. Mesmo com algumas limitações técnicas na animação dos personagens, o filme compensa com uma história leve, ambientação caprichada e respeito ao espírito original da franquia. Não é um marco, mas é uma aventura agradável, divertida e fiel ao legado de um dos maiores duos da história da animação.

NOTA:  4 | de 5
★★★★☆

Tom & Jerry: Uma Aventura no Museu estreia nos cinemas em 08 de janeiro de 2026, com distribuição nacional da Imagem Filmes.

Criador de conteúdo do ON Pop Life, é apaixonado por cinema, cultura geek e pop japonesa. Atua há mais de 10 anos na cobertura de eventos, shows e já organizou eventos de anime.