
Quando falamos de jogos de estratégia por turnos, a fórmula costuma ser conhecida: planejar movimentos, usar habilidades na hora certa e torcer para que o adversário erre. Skygard Arena entra nesse território, mas tenta se diferenciar ao misturar elementos de RPG e até de MOBA, com combates que exigem adaptação constante ao estilo do inimigo.
O pano de fundo é um reino em ruínas: Skygard, antes inteiro, agora quebrado em fragmentos flutuantes após um cataclismo. Nesse cenário, cinco facções disputam uma coroa ancestral em um torneio místico, um artifício narrativo que, embora não revolucione, dá um contexto charmoso para as batalhas. A trama tem boas ideias, mas carece de diálogos mais profundos, deixando aquela sensação de que o enredo poderia entregar mais.
Campeões: o coração do jogo
Logo no início, o destaque são os campeões. Cada um tem duas Personas, que funcionam quase como versões alternativas do mesmo personagem, ampliando as opções estratégicas. Do arqueiro ágil ao panda lutador que salta sobre os inimigos, há espaço para composições bem criativas. O desafio real está em montar um trio equilibrado que consiga lidar com diferentes situações.
Cada turno funciona como uma pequena batalha cerebral: escolher onde se mover, qual habilidade ativar e quando liberar o golpe supremo pode definir o rumo do confronto. Para complicar ainda mais, entram em cena os artefatos, itens que alteram atributos ou adicionam efeitos especiais inesperados. O resultado é um tabuleiro vivo, em que cada decisão abre novas possibilidades, e novos riscos, como se você estivesse montando um quebra-cabeça que muda de forma a cada jogada. A curva de aprendizado, no entanto, pode ser ingrata: faltam tutoriais mais detalhados e modos de treinamento para preparar novatos antes de encarar o PvP.
Jogabilidade
No início, a campanha de Skygard Arena funciona como um guia prático, ajudando o jogador a se familiarizar com as regras básicas antes de abrir espaço para missões mais variadas. Nessas tarefas, o objetivo pode ir de simplesmente eliminar todos os inimigos em campo até proteger pontos estratégicos do mapa. Quem prefere aprender aos poucos pode seguir o caminho didático oferecido, enquanto os mais impacientes podem mergulhar direto na experiência de tentativa e erro, geralmente descobrindo da forma mais dolorosa que não basta sair clicando em qualquer lugar. Essa liberdade no ritmo de aprendizado torna a campanha acessível para diferentes estilos de jogador e, ao mesmo tempo, prepara o terreno para o verdadeiro desafio: o competitivo modo Arena.
Além dos combates, o single-player reserva momentos mais tranquilos, onde os campeões interagem em diálogos ao redor da fogueira. Essas conversas revelam fragmentos de suas histórias e personalidades, acrescentando camadas narrativas que vão além da ação e ajudam a criar laços entre jogador e personagens.
Depois da campanha, chega a hora de encarar o modo Arena, o verdadeiro palco competitivo de Skygard Arena. As partidas colocam dois trios de campeões frente a frente em disputas onde o objetivo principal é dominar pilares espalhados pelo mapa. Cada conquista rende pontos, mas há sempre a possibilidade de arriscar uma investida mais ousada: atacar diretamente o pilar central do inimigo e tentar garantir a vitória de forma rápida, mesmo que isso deixe sua própria base vulnerável.
O que parece simples no papel rapidamente se transforma em um quebra-cabeça tático. Cada movimento precisa ser calculado, cada habilidade usada no momento certo… até que o adversário destrói sua estratégia com uma jogada inesperada. O resultado são confrontos intensos, cheios de reviravoltas, que testam não só a lógica, mas também a paciência do jogador. O Arena é, ao mesmo tempo, desafiador, imprevisível e aquele tipo de expência que faz você acreditar que está no controle, até perceber que nunca esteve.
Visual e atmosfera
Visualmente, Skygard Arena adota um estilo estilizado e vibrante, com personagens expressivos e cenários cheios de cor. A proposta foge do realismo gráfico, mas essa escolha funciona a favor do jogo, criando um clima acessível e marcante. O design artístico confere personalidade aos heróis e garante que os confrontos continuem atraentes, mesmo nos momentos em que a ação perde um pouco do ritmo.
Conclusão
Skygard Arena é um jogo que mostra potencial, combinando combates táticos cheios de possibilidades, heróis carismáticos e uma campanha single-player envolvente. No entanto, ainda carrega problemas que não podem ser ignorados, como a narrativa superficial e um PvP que carece de equilíbrio. Para quem gosta de estratégia, há bastante conteúdo para explorar e se divertir, mas o título ainda precisa de refinamento para sair da categoria de promissor e realmente se firmar como um destaque no gênero.
NOTA: 4 | de 5
Skygard Arena está disponível para PC no Steam
Versão utilizada para análise | PC
O jogo é desenvolvido pela Gemelli Games.
Gênero: RPG, Estratégia, tática por turnos
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